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Mostrando postagens de 2015

Memórias de um velho "novo" garoto raposense

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Me lembro bem de enfrentar a fila do Açougue Modelo junto a meu saudoso pai Ailton Eloy. A mesma avançava o meio fio da rua, pois o sucesso e prestígio do comércio era tamanho. Comprada a carne, era hora de um lanche no Dito. A jornada até em casa se fazia a pé, pois não existiam moto-taxistas, tampouco Circular. O táxi convencional era requisitado só em ocasiões urgentes. As pessoas andavam de um lado a outro da cidade com o auxíl io de um par de havaianas. Bons tempos aqueles em que as preocupações eram outras. Os anseios se resolviam fora dos limites da cidade, mas os sonhos permaneciam no seio da tão famosa Praça Getúlio Vargas.

POR QUE RAPOSOS É CONHECIDA COMO MOSCOU?

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Por causa das contradições do sistema em que os moradores de Raposos eram submetidos, a população basicamente composta por operários das Minas da Morro Velho, sentia-se injustiçada pela falta de condições sanitárias e trabalhistas, inexistência de recursos de infraestrutura para a sobrevivência das famílias, as quais viviam em moradias impróprias às suas necessidades, sendo obrigadas a morar em casas de bom serás - residências específi cas para solteiros (típicas dos bairros Várzea do Sítio e Barracão Amarelo). Lazer, oportunidade de estudo e atenção à saúde não eram oferecidos aos raposenses satisfatoriamente.  Da indignação nasceram então, os grupos comunistas e a cidade foi apelidada de Moscou e os comunistas de Moscovitas. Com o passar do tempo, o apelido expandiu para toda população de Raposos e tomou um significado pejorativo, sendo que os moradores passaram a se sentir ofendidos por esse apelido. Fonte: trecho da entrevista de Jurandir Persichini ao jornal A Banqueta de

Ideal x Estrela

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Um pouco da história da eterna rivalidade entre Ideal e Estrela, seja no campo, seja nas sedes dos clubes. Esse é mais um trecho das pérolas de Jurandir Persichini: Ideal e Estrela, diversão certa e rivalidade sem trégua Raposos não viveu apenas militância por dias melhores, nem foi tão somente casa de operários. A cidade, desde sempre, soube fazer festa e comemorou intensamente por meio das quermesses e manifestações folclóricas do Congado e Cavalhada. No início da década, os clubes sociais movimentaram o ramo do entretenimento na cidade, unindo o povo em torno dos bailes e os dividindo pela rivalidade entre os sócios. Com essas características nasceram os clubes Estrela e Ideal; onde no início, quem frequentava uma sede, não podia visitar a outra. A rivalidade entre os clubes era tão intensa que, partida de futebol entre o Ideal e o Estrela era mais vibrante do que jogo da Seleção Brasileira. As mulheres das torcidas brigavam a base de sombrinhadas, e os atletas em c

Celeiro da região, Raposos alimentou os arraiais

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Na época em que a corrida pelo ouro tomava conta do interior do Brasil e muitas delas fizeram guerrilha pelo domínio da mineração, Raposos garantiu a subsistência das regiões próximas, pois era a principal produtora de alimento para cidades como Caeté, Nova Lima, Rio Acima e Sabará. O sucesso das roças de milho, mandioca, feijão, arroz e cana-de-açúcar, viabilizaram a existência de fábricas de farinha, industrializa ção da rapadura e da produção de cachaça, sendo que Raposos se tornou famosa pela cachaça. Fonte: trecho da entrevista de Jurandir Persichini ao jornal A Banqueta de fevereiro de 2014.

Você sabia que a ponte era antigamente utilizada para o Footing?

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Olhar arrebatador, a chave para derreter o coração inteiro em um flerte Footing, esse era o lugar para quem desejava encontrar seu par perfeito. Na ponte de Raposos, encostados no corrimão, os rapazes da cidade esperavam até que pudessem avistar uma garota interessante para quem pudessem lançar um olhar conquistador. Já sabendo do costume, as moças viviam a atravessar a ponte, o famoso footing, palco do início d e inúmeros romances. Caso a investida do rapaz fosse bem recebida pela jovem, ele se aproximava para tentar uma conversa. Mas, como nos dias de hoje, se a moça fosse muito desinibida e retribuísse o olhar através de uma “piscadinha”, o rapaz logo perdia o interesse. Fonte: trecho da entrevista de Jurandir Persichini ao jornal A Banqueta de fevereiro de 2014. Footing: A paquera, como a gente conhece hoje, despreocupada, direta, muito mais aberta, caminhou bastante para chegar onde está. E caminhou literalmente. Lá pelos anos 1920 - e até talvez os anos 1960 - paquerar

Era uma vez um bondinho

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O bondinho da Mineração Morro Velho, inaugurado em 1913, percorria o trecho de Raposos à Nova Lima e fazia o transporte dos moradores de Raposos que estudavam e trabalhavam em Nova Lima. Durante a viagem, feita a 20 Km/h, os passageiros aproveitavam a vista magnífica registrada em fotos históricas que revelam uma peculiaridade, a curta largura dos vagões que, de tão pequenos, deixavam parte do corpo dos passageiros para fora do transporte. Além do transporte de pessoas e operários, o bondinho servia de transporte de ouro, mas com o tempo perdeu essa utilidade e se tornou inviável para a Morro Velho, sua proprietária. Em 1970, sob protestos, o bondinho foi desativado. Fonte: trecho da entrevista de Jurandir Persichini ao jornal A Banqueta de fevereiro de 2014.

Raposos - Conhecida pela qualidade do ouro

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A chegada dos ingleses à região para operar a mina de ouro, por volta de 1832, marcou a história Raposos, e, apesar de a planta industrial da mineradora ter sido implantada na cidade vizinha, Nova Lima, a mina localizada em Raposos, na Serra do Espírito Santo, se tornou famosa por causa da qualidade do ouro encontrado nela. Em Nova Lima foram instalados todos os equipamentos de fundição de ouro, no entanto, o minério, dotado do melhor teor aurífero, era extraído da mina do Espírito Santo e levado de teleférico pelas montanhas. Fonte: trecho da entrevista de Jurandir Persichini ao jornal A Banqueta de fevereiro de 2014.

Lembranças do raposense

Cresci num tempo em que esperteza era falar que ia à Missa e na verdade o destino era uma conversa e outra na frente do Cine Soaral. Cresci num tempo em que ostentação era contar os dias da semana para que no sábado fosse no Estrela ou Ideal ver Sete Irmãos. Cresci num tempo em que ter uma mochila e kichute para ir à aula era a maior alegria que um estudante podia ter. Cresci num tempo em que a loja do Nezinho era o shopping e o Jequiri era o Carrefour. Cresci num tempo em que vibrar com o futebol era estar domingo a tarde no Estrela, Ideal ou União envergando a camisa do seu time querido. Cresci num tempo em que viagem era andar de subúrbio daqui até BH sem reclamar do tempo que se gastava e apenas apreciando as belezas dos locais. Cresci num tempo em que Raposos era tratada como Moscou por seus vizinhos e isso era motivo de extremo orgulho. Cresci num tempo em que foto era revelada, história era contada, música era cantada e lembrança nos alegrava.

Irmãos e inimigos disputando a prefeitura de Raposos

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A contribuição de hoje é especialíssima. Vem do visitante Lucas Augusto, que já nos auxiliou na página e no blog várias vezes. A postagem trata-se da primeira vez que Raposos foi notícia em uma revista de circulação nacional. Foi no ano de 1972, onde a VEJA com a contribuição do jornalista raposense Jurandir Persichini fez uma matéria sobre dois irmãos (inimigos públicos) que disputavam a prefeitura da cidade: Benigno Leite e José de Azevedo Leite. No meio desta disputa a mãe, "Mamãe Mulata". Não deixe de conferir essa história. Acompanhe os prints feitos na página da VEJA. Fonte: Revista VEJA, 09 de agosto de 1972 - Edição #205 - Páginas 24-25. Link para pesquisa: http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx